Olá, pessoal!
O meu nome é Arthur, eu trabalho na Taqtile e o que eu gostaria de falar é
sobre a importância da validação da arquitetura de informação
antes do início do processo de desenvolvimento do wireframe.
A arquitetura de informação é um dos primeiros passos no processo de criação e
é nela que definimos algumas questões bem importantes como, por exemplo,
as estruturas replicáveis que teremos nesse site ou no aplicativo.
E o que seria isso?
Por exemplo, se você analisar um e-commerce, você vai observar que existem uma série
de estruturas que repetem durante todo o site, toda a navegação, como por exemplo
a estrutura do preço ou como é apresentada a imagem e a descrição desse produto.
E esses elementos são muito importantes serem mapeados,
porque são eles que garantem a consistência do site como um todo.
Outro ponto importante é o sistema de rotulagem, que basicamente
define qual será a comunicação desse site com o usuário final.
E também é muito importante fazer esse mapeamento
para que você mantenha a consistência do site como um todo.
Por último, nós temos o sistema de navegação, que basicamente define
qual a prioridade das informações que serão apresentadas para o usuário.
Essa parte está intimamente ligada com o produto que está sendo construído e
também ajuda muito nas decisões do wireframe como, por exemplo,
eu vou mostrar dois exemplos aqui de sites que têm linhas gerais o mesmo conteúdo,
mas que se você analisar vai ver que a arquitetura de informação foi feita de
forma diferente e deu uma visão totalmente diferente para esses sites.
O primeiro é o Food52,
que basicamente é um site de receitas que vende utensílios domésticos dentro dele.
Então, você pode observar que ele é muito mais orientado ao conteúdo e não à venda
de produtos.
Você encontra as receitas de forma muito fácil e os produtos que estão à venda,
eles estão diluídos dentro do conteúdo.
O segundo site é The Cook's Warehouse.
Nesse temos exatamente o contrário: é muito fácil encontrar os produtos que
estão à venda e, se você quiser navegar pelas receitas,
você tem que ir mais a fundo no site,
elas não estão tão na frente do usuário como está acontecendo no exemplo anterior.
Isso aí é um foco claro na conversão e não no conteúdo.
Então, você tem dois sites que basicamente são sites que apresentam
receitas e produtos, mas que têm uma abordagem completamente diferente.
Baseado nisso tudo, qual a participação do cliente nessa história?
Uma coisa importante de pensar é que, na arquitetura de informação,
a gente tem que entender qual o papel de cada um na produção desse material.
No caso do cliente, eles têm um conhecimento que é relacionado à marca,
ou seja, eles sabem exatamente o que você pode falar nessa marca,
o que ela está tentando comunicar.
Isso está muito ligado ao sistema de rotulagem.
Outro ponto importante é o conhecimento do produto, porque,
como mostramos no exemplo anterior, esse conhecimento é que vai ditar como vai ser
construída a arquitetura de informação e a navegação do usuário dentro do
produto: o que vai ser ressaltado e o que vai ser escondido ou tirada a prioridade.
E outra questão muito importante é o conhecimento do público-alvo,
porque isso vai dar a ferramenta para você construir a jornada do usuário,
que basicamente é entender a interação do usuário com a marca, ou seja,
desde o momento que ele é impactado até passando pelo produto digital ou não e
até quando ele deixa de ter contato com a marca.
Isso é muito importante,
porque vai ajudar a responder uma série de perguntas que serão feitas tanto na
fase de arquitetura de informação e na construção do design como todo.
Essa questão da jornada do usuário, muitas vezes as pessoas acham
que ela está contida somente dentro do produto ou num contexto online.
Mas, não é exatamente isso.
Se você pegar, por exemplo, um e-commerce de novo, como a gente tinha falado no início,
a jornada do usuário começa desde quando ele é impactado pela marca,
faz o download de aplicativo e vai até, por exemplo,
uma fase de pós-venda que pode acontecer totalmente fora do aplicativo ou do site.
Então, essa jornada do usuário tem que ser analisada como
um todo e o cliente vai dar base para fazer essa análise.
Com todo esse material em mãos, como nós podemos organizar isso?
Existe uma série de técnicas dentro da arquitetura de informação que
pode ajudar nisso.
Eu não vou entrar detalhes de cada uma,
mas é interessante a gente listar porque esses é que serão os entregáveis
ou os possíveis entregáveis que poderão ser feitos para os clientes.
Então, por exemplo, nós temos o modelo conceitual,
que basicamente vai dar uma visão geral do produto como um todo, temos o mapa do site,
que é um entregável mais direto, onde a gente vai destrinchar todas as funcionalidades.
Tem muita gente que faz isso em telas,
mas fica muito fácil de entender como é produto como todo.
Temos também a construção das personas, que está muito associada à jornada
do usuário e nela, basicamente, a gente vai criar alguns perfis de consumidores
que serão utilizados para responder as perguntas sobre
o produto e isso ajuda bastante no momento de tomar as decisões de design.
E temos também uma técnica bastante utilizada que é a do card sorting, que
basicamente é uma forma mais democrática de construir a hierarquia do site.
Nela você organiza as funcionalidades por grupo e é feito de forma colaborativa.
Então, fica mais fácil do cliente entender.
Tendo produzido esses materiais, eu acho que nós podemos voltar para a nossa
pergunta inicial, que seria: qual a importância de validar a arquitetura de
informação com o cliente antes do início da produção do wireframe?
Nesse caso, eu acho que é relevante fazer algumas perguntas para entender
primeiro qual é o contexto do cliente.
Algumas perguntas importantes a serem feitas, por exemplo,
é: qual a familiaridade do cliente com o processo de design?
Se ele sabe o que é uma arquitetura de informação,
se ele conhece o que está sendo entregue, porque muitas vezes você pode entregar
produto que está muito cru e o cliente não entender aquilo e achar que é uma
entrega mal feita ou algo do tipo, quando na realidade é só uma parte do processo.
Então, é muito legal entender qual o nível de conhecimento que o
cliente tem relacionado a esse processo e, se ele participou da criação,
eu acho que vai ficar mais fácil para ele entender o que está sendo entregue.
Outro ponto é relação ao conhecimento do produto que esse cliente tem,
porque muitas vezes, se o cara não está muito dentro do produto, vai ficar difícil
de ele avaliar, porque ele não vai ter a visão geral do que está sendo construído.
E, por último,
também é o acesso que se tem ao stakeholder desse projeto, ao cliente.
Ele está no dia-a-dia do projeto?
Ele faz apenas interações pontuais?
Essa pergunta é muito importante porque, se você tem um acesso limitado,
é legal que você leve um material mais robusto ou com mais conteúdo
para que a validação seja feita de forma completa.
Então, nesse caso, seria mais interessante talvez trabalhar direto com o wireframe,
não com a arquitetura de informação.
Eu acho que ficou clara a importância do cliente no processo de criação da
arquitetura de informação,
mas é preciso entender se a validação faz sentido caso a caso, baseado no
conhecimento dele e também na participação que ele vai ter dentro desse processo.
Então, eu acho que a resposta da pergunta é: vai depender muito do cliente.
Mas, o fato é que a construção da arquitetura de informação é legal que ela seja
feita junto com o cliente e não separado, porque vai ser esse passo que vai ditar
muitas das regras do produto como um todo e ajudar em todas as etapas do design.